terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Desenraizar enraizando

Rastros por toda parte.
Cativa-se, cultiva-se.
Descaminha-se, despede-se.
Reencontra-se, reconquista-se.
Tempo passa e quanto mais anda, aprofunda-se no aninhar-se.
Mas se os anos passam e as escolhas mudam?
Desenraíza-se.
Dor vem.
Saudade toma.
A conta se paga.
Dor vai.
Outros ventos batem.
Novas raízes nascem.
Brotos ressurgem.
Ares de novidade.
Mas, de novo, pouco tem.
Mesmos dramas e risadas.
De canto pro outro,
Mudam-se relevos,
No entanto as buscas se assemelham.
Mais alguéns por conhecer.
Mais lares de guardar objetos e memórias.
Parte de você deixa de ser.
Outra parte perpetua-se.
De aconchego passa a estranhamento.
Busca-se fugir com medo de enraizar-se.
Porém, dessa vez,
Aventura-se na permanência.

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