Aquilo foi me irritando de tal forma. Até que decidi: não
abro a boca pra dizer nem um piu. Ele sentiu, de alguma maneira, que a panela
de pressão estava quase estourando e, mesmo assim, veio pra perto. Eu virei
tatu-bola e me distanciei pra outro canto. Ele pegou no meu cabelo. Tive
vontade de puxar, mas quem se machucaria era eu. Então, ele com voz de menino
bocó começou a cantar: você é luz, é raio, estrela e luar, manhã de sol, meu
Iaiá, meu ioiô. Você é o sim e nunca meu não, quando tão louca me beija... Daí
em diante a gargalhada veio à tona, depois de muita luta para retê-la e a birra
foi se diluindo até não restar nem gota.
A prosa e o verso compõem-se de palavras dispostas feito as pedras de um mosaico e o colorido quem dá somos nós: eu, ao tropeçar pintando as pedras-palavras e você, ao caminhar por entre elas recolorindo-as.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Transição
Como um ser humano pode te deixar possessa e ao mesmo tempo
te fazer soltar aquela gargalhada? Foi assim aquele dia. Ele tinha feito de
tudo pra me aborrecer. Liguei, não me atendeu. Mandei mensagem, não retornou.
Me preocupei e ele nem tchum. Foi só ele chegar. Viu que eu não estava dando
corda. Falou que eu era a mulher TPM. Disse que eu tinha de parar de fazer
bico, porque mulher crescida não é dessas que faz isso. Falou que aquele meu
jeito era coisa de menina mimada.
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