segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Monólogo da paixão


Tu arranhaste-me por completo, deixaste marcas em cada canto e foste sem bater a porta. Estraçalhada fiquei ao me ver absorvida por um sentimento descontínuo. Desses que provocam dor, sem nem se ver escorrer sangue. Calor sem estar perto de fogo.
Tu embaralhaste tudo o que estava aqui dentro tão perfeitamente organizado. Eu ávida por percorrer as linhas cartesianas que eu supunha a vida me oferecer. Por que me atropelaste e me deixaste torta? Criei tantos mundos contigo, mas eles não tinham fundos. Me vi num beco beirando a fétida desordem dos embriagados.
Quando me olhei no espelho, me dei conta e gritei:
- Chega de drama, para de falar na segunda pessoa! Acaba com essa pieguice desmedida! Segue tua vida e não consulte livros de autoajuda, pois eles muito atrapalham. E tenho dito!

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