terça-feira, 26 de agosto de 2014

derradeira escolha

Pensei em me barbear para sair aquela noite, mas nada me movia do lugar. Creio que era a impossibilidade de erguer energia para mais uma noite de shows e pessoas bêbadas ao meu redor. Saía de casa todas as quintas e sextas e perseguia lugares ao encontro de gente. Noites povoadas por expectativas na busca de um bom papo, uma boa cerveja e algumas gargalhadas. Muitas vezes, noites frustradas, outras nem tanto. Mas sempre retornava só, apesar de acompanhado, sem muito  querer estabelecer vínculos. Talvez isso seja sintoma da comodidade de não ter de dar satisfação a ninguém, poder caminhar e escolher os lugares em que quisesse estar, viajar sempre que estivesse com vontade. Então, lá estava eu, a mirar o espelho sem saber se ia ou não sair. Voltei ao quarto, peguei o libro dos Gabirus e iniciei a leitura, passadas três horas, tinha alcançado a metade do livro, decidi não sair, porque me desliguei do mundo das pessoas e me voltei para o mundo das personagens. Deitado permaneci a finalizar a leitura e passar aquela noite em boas companhias.

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