domingo, 1 de fevereiro de 2015

Carnavalização dos desassossegados

Todo ano tudo recomeça:
É vida que corre aposentada,
Pessoas viram fantasias,
Travestem-se de possibilidades.

No aglomerado, se encontram
E no desencontro se reencontram
Nos beijos, sem palavras prévias,
Preenchem as horas de folia

É efusividade de ritmos,
Os pés caminham na contramão do vazio,
A multidão é levada num corpo, 
Que desemboca em melodias. 

Na quarta-feira de cinzas, o azul do dia escurece
É a tristeza que vem chegando, 
A máscara desprega do rosto
E a realidade reaparece.

Sem esquecer que ano próximo,
Outros ventos se aproximam
E os desassossegados recriam
Outras histórias resignificadas.

Empilham-se memórias
Nesse desvario de personagens
Na embriaguez, desses fugazes dias
Em que tudo transpira saudade.